A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem de tratamento psicológico, cujo enfoque é reconhecer pensamentos e comportamentos que lhe prejudiquem, ensinando maneiras mais adaptativas de conduzir decisões.
Uma de suas principais características é seu rigor científico, ou seja, suas intervenções são estudadas internacionalmente e têm eficácia comprovada para diversos transtornos, como depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção, bipolaridade e transtornos de personalidade.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) funciona?
A TCC se baseia no conceito de que pensamentos, sentimentos, sensações físicas e ações são interconectadas. Porém, alguns padrões de comportamentos e pensamentos nos impactam negativamente, nos impedindo de alcançar objetivos, ou deixando-nos mais deprimidos e ansiosos.
Por exemplo, se você estivesse se sentindo muito deprimido e tivesse dificuldade para se concentrar e pagar suas contas, poderia ter um pensamento automático, uma ideia (em palavras ou imagens) que simplesmente apareceria em sua mente: “Eu não faço nada direito”. Esse pensamento poderia, então, conduzir a uma reação específica: você se sentiria triste (emoção) e se refugiaria na cama (comportamento).
O desfecho (se refugir na cama) não foi uma solução adaptativa, porque, apesar de trazer conforto momentâneo, não ajudaria a melhorar nosso humor no longo prazo e também não resolveria a situação (pagar as contas).
Outra base da terapia cognitivo-comportamental é o entendimento que não são os eventos que nos incomodam, mas a forma que interpretamos tais eventos – o significado que damos a eles – que criam sentimentos.
Isso explica, por exemplo, porque duas pessoas podem reagir de maneiras completamente distintas à mesma situação.
Imagine uma situação na qual um colega de trabalho não te cumprimenta ao te ver. Você pode pensar “Eu sou um incômodo para ele. Ninguém se importa comigo.” e isso faria você se sentir desprezado e solitário. Porém, se na mesma situação você pensasse “Imagino que ele esteja preocupado com algo e não me notou aqui.” você poderia se sentir preocupado com seu amigo, mas tranquilo.
Neste ciclo “situação > emoção > pensamento > sentimento > comportamento” as únicas variáveis que controlamos são pensamentos e comportamentos. Se desejamos criar situações melhores, nosso primeiro passo deveria partir da mudança de pensamentos não adaptativos, abrindo novos caminhos e novos comportamentos.
Esta solução pode soar simplista à primeira vista, mas os terapeutas cognitivo comportamentais se preocupam em entender que existem contextos que podem afetar muito a saúde mental individual, portanto abordam tanto o contexto interno quanto externo com empatia.
A Terapia Cognitivo-Comportamental é efetiva?
Muitos especialistas consideram a TCC o padrão ouro para o tratamento de uma ampla variedade de condições de saúde mental.
Desde de sua criação a TCC evoluiu muito, ampliando sua perspectiva e atuação. Assim se aprofundou e ramificou, dando origem a outras terapias cognitivo comportamentais, são as chamadas terapias contextuais de terceira onda.
Isso se deve ao fato de ser uma das abordagens mais estudadas e seu rigor científico e metodológico. Além de conferir confiabilidade permite que seja atualizada, de acordo com os achados de tais estudos.
Sua mudança amplia a atuação, tirando o foco exclusivamente dos pensamentos e distorções, expandindo para as relações humanas, contextos, opiniões sobre nossos pensamentos, sentimentos e emoções.
Algumas terapias cognitivo comportamentais de terceira onda, ou terapias contextuais:
- ACT – Terapia de Aceitação e Compromisso
- TDC (ou DBT) – Terapia Dialética Comportamental
- TCFC – Terapia Cognitiva Focada em Compaixão
- TCBM – Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness
- PP – Psicologia Positiva
Quais são os prós e contras da TCC?
Apesar de sua ampla utilização, estudo e adaptação, a terapia cognitivo-comportamental tem seus prós e contras, assim como todas as abordagens.
Algumas de suas vantagens são:
- O tratamento é relativamente rápido, quando comparado com outras terapias;
- O paciente e terapeuta têm papéis ativos, tornando o processo dinâmico;
- A TCC ensina técnicas úteis e práticas, que podem ser utilizadas no dia a dia, mesmo que o tratamento tenha acabado;
- É empoderadora, pois foca na sua habilidade de mudar a si mesmo;
- Ajuda em casos que a medicação sozinha não têm efeito.
Algumas desvantagens são:
- É preciso comprometimento dos pacientes em aplicar as estratégias, portanto os resultados dependem do empenho do paciente;
- Confronta emoções e ansiedades, a fim de aprender a lidar. O que pode causar desconforto no início;
- É limitada, pois impacta o indivíduo, mas o profissional não é capaz de modificar o ambiente.
Como é uma sessão de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?
O processo de psicoterapia cognitivo-comportamental é feito em sessões de 30 a 60 minutos por semana, podendo ser feito mais de uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias. A TCC tem uma metodologia que pode ser replicada em vários contextos, de escolas a grupos de apoio, por ter uma estrutura pré-estabelecida.
Durante a primeira sessão do processo individual de psicoterapia geralmente é feita a anamnese. Trata-se de uma entrevista semi estruturada, na qual o terapeuta fará algumas perguntas para obter respostas essenciais para entender seus sintomas, queixas e histórico.
Sinta-se à vontade para explorar os assuntos que mais te incomodam e interferem no seu presente e em sua percepção de si e do mundo. É interessante que neste primeiro encontro você seja capaz de avaliar se sentiu-se acolhido e confortável. A anamnese pode durar mais de uma sessão.
A partir da segunda sessão começam as intervenções, na qual o terapeuta sugere ferramentas que você poderá implementar no seu dia a dia para lidar com suas emoções e pensamentos. Você também será ensinado sobre o básico da TCC, além do funcionamento do cérebro e das emoções. Assim você será capaz de entender melhor o mundo e seu comportamento.
Apesar da abordagem ser a mesma, deve-se ter em mente que cada pessoa é única, o que faz com que cada processo terapêutico tenha características próprias.
Quais são as intervenções da TCC?
Elas podem variar entre diários de humor, exercícios de respiração, mindfulness, role-play, anotação de situações e pensamentos, desafiar os próprios pensamentos, entre outros.
Você poderá receber tarefas de casa que deverá aplicar em sua vida. Elas podem variar ( uma tarefa escrita, visitar um lugar novo, ter uma conversa difícil, entre outros), mas são essenciais para alcançar seus objetivos com a terapia.
Quanto tempo dura o tratamento?
A TCC é reconhecida por ter um período menor de tratamento, em comparação com outras terapias, mas por ser um processo individual, é difícil dizer. Alguns tratamentos podem ser breves como 6 sessões, outros podem levar anos até a alta.
Os resultados podem levar algum tempo para surgirem, mas as técnicas que você aprende poderá replicar após a alta, diminuindo a probabilidade de recaídas.
Vale a pena o investimento?
Alguns casos se beneficiam muito, mas é importante saber que nenhuma terapia se propõe a curar, todas buscam tratar e melhorar a qualidade de vida.
Pessoas com TDAH que usam medicação, por exemplo, continuarão com dificuldades pontuais, mas poderão ter uma vida mais equilibrada, com relacionamentos mais positivos, aprendendo a lidar efetivamente com suas dificuldades e aumentando sua auto estima. Essas mudanças também vão evitar o desenvolvimento de depressão e ansiedade.
Não somente pessoas com transtornos ou pessoas neurodiversas se beneficiam da TCC. Ela também pode ajudar casos de insônia, conflitos familiares, suporte para grandes mudanças ou transição de carreira, luto, bullying, baixa auto estima, entre outros.
A missão da terapia cognitivo-comportamental é trazer mais autoconhecimento para que você entenda seus objetivos, sua personalidade e seus comportamentos, para que você possa agir de acordo com os seus valores pessoais, alcançando mais felicidade e saúde mental.
Se você acredita que a terapia cognitivo-comportamental pode te ajudar, entre em contato e agende a sua primeira sessão.
